Informações iniciais
9,6 milhões de pessoas morrem de câncer todos os anos.
O câncer é a segunda principal causa de morte em todo o mundo.
70% das mortes por câncer ocorrem em países de baixa e média renda.
Até 3,7 milhões de vidas poderiam ser salvas a cada ano pela implementação de estratégias adequadas de prevenção, detecção precoce e tratamento.
O custo econômico anual total do câncer é estimado em aproximadamente US$ 1,16 trilhão.
Até 2030, especialistas projetam que as mortes por câncer subam para 13 milhões.
O que acontece quando agimos?
Mais de um terço dos casos de câncer podem ser prevenidos. Outro terço pode ser curado se detectado precocemente e tratado corretamente. Ao implementar estratégias adequadas aos recursos sobre prevenção, detecção precoce e tratamento, podemos salvar até 3,7 milhões de vidas por ano.
Hoje, sabemos mais sobre câncer do que nunca. Através do investimento em pesquisa e inovação, temos testemunhado avanços extraordinários na medicina, diagnósticos e conhecimento científico. Quanto mais sabemos, mais progresso podemos fazer na redução de fatores de risco, aumento da prevenção e melhoria do diagnóstico de câncer,
Nos últimos anos, as Nações Unidas, a Organização Mundial da Saúde e outras agências da ONU reconheceram a necessidade urgente de um compromisso global. Quando os líderes falam e tomam os passos, nos damos a chance de fazer história e avançar para um mundo sem câncer.
Hoje, mais da metade (65%) de mortes por câncer estão acontecendo nas partes menos desenvolvidas do mundo. Mesmo que você viva em um país de maior renda, as iniquidades ainda existem entre comunidades de menor renda, indígenas, imigrantes, refugiados e rurais. O acesso igualitário à prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidado do câncer pode salvar vidas.
Ao elevar a alfabetização pública e política e a compreensão em torno do câncer, reduzimos o medo, aumentamos a compreensão, dissipamos mitos e equívocos e mudamos comportamentos e atitudes.
Tipos de cânceres
O câncer pode ser classificado de acordo com o tipo de célula na qual se originou. Existem cinco tipos principais:
Carcinoma – Câncer que surge de células epiteliais (células de revestimento que ajudam a proteger ou envolver órgãos). Os carcinomas podem invadir tecidos e órgãos à sua volta e desenvolver metástases em linfonodos e outras áreas do corpo. As formas mais comuns de câncer desse grupo são: câncer de mama, próstata, pulmão e cólon.
Sarcoma – Tipo de tumor maligno nos ossos ou tecidos moles (gordura, músculo, vasos sanguíneos, nervos e outros tecidos conectivos que suportam e envolvem órgãos). As formas mais comuns de sarcoma são: leiomiossarcoma, lipossarcoma e osteossarcoma.
Linfoma e mieloma – São cânceres que têm origem nas células do sistema imunológico. O linfoma é um câncer do sistema linfático, que percorre todo o corpo e, por isso, pode acontecer em qualquer lugar. O mieloma (ou mieloma múltiplo) tem origem nos plasmócitos, tipo de glóbulo branco do sangue que produz anticorpos para ajudar a combater infecções. Esse câncer pode afetar a capacidade de células produzirem anticorpos de forma eficaz.
Leucemia – Câncer dos glóbulos brancos do sangue e da medula óssea, tecido que produz células sanguíneas. Existem diversos subtipos, sendo as mais comuns: leucemia linfocítica e leucemia linfocítica crônica.
Câncer no cérebro e medula espinhal – são conhecidos como cânceres do sistema nervoso central. Alguns são benignos, e outros podem se desenvolver e se espalhar.
Sinais e sintomas de câncer
Com tantos tipos diferentes de cânceres, os sintomas são variados e dependem da localização da doença. Entretanto, existem sinais e sintomas importantes que devem ser observados:
Nódulos ou inchaços incomuns – nódulos cancerosos são normalmente indolores e podem aumentar de tamanho à medida que o câncer progride.
Tosse, falta de ar ou dificuldade de engolir – fique atento a episódios persistentes de tosse, falta de ar ou dificuldade para deglutir.
Mudança no hábito intestinal – como prisão de ventre e diarreia e/ou sangue nas fezes.
Sangramento inesperado – incluindo sangramento vagina, pela passagem anal ou sangue nas fezes, urina ou quando se tosse.
Perda de peso inexplicável – grande perda de peso inexplicável e involuntária em curto período (alguns meses).
Fadiga – que se mostra como cansaço extremo e grande falta de energia. Se a fatiga for devido ao câncer, os indivíduos também apresentarão outros sintomas.
Dor ou desconforto – inclui dores inexplicáveis ou constantes, ou dores que vem e vão.
Sinais novos de pele ou alterações em um sinal – observe mudanças de tamanho, forma ou cor, se o sinal se escama, sangra ou produz secreções.
Problemas ao urinar – inclui a necessidade de urinar urgentemente e mais frequentemente, ou não conseguir quando tem vontade e/ou sentir dor quando urinar.
Alterações incomuns nas mamas – observe mudanças no tamanho, forma ou sensação, alterações na pele e dor
Perda de apetite – sentir menos fome do que o normal por um período prolongado.
Ferida ou lesão que não cicatriza – inclusive pinta, ferida ou ulceração na boca.
Azia ou indigestão – azia ou indigestão persistente ou dolorosa.
Sudorese noturna intensa – observe sudoreses noturnas intensas e abundantes.
A classificação do câncer de acordo com a extensão anatômica da doença, ou seja, o estágio, é essencial para o cuidado do paciente, pesquisa e controle do câncer. O sistema de estadiamento TNM da UICC é a linguagem comum adotada por profissionais da área de saúde ligados à oncologia para a comunicação da extensão do câncer aos pacientes. Depois de conhecido e entendido, normalmente, o estágio do câncer é a base para a decisão do tratamento apropriado e prognóstico individual. Também pode ser usado para informar e avaliar orientações de tratamento. Além disso, estabelece informações vitais para que autoridades responsáveis desenvolvam ou implantem controles, planejamento de prevenção e pesquisa do câncer.
A classificação TNM enfatiza a extensão anatômica do tumor e é determinada pela avaliação das seguintes categorias:
T - descreve o tamanho do tumor principal (primário)
N – descreve se o câncer se espalhou para linfonodos próximos
M – descreve se o câncer tem ou não metástases (o tumor primário se espalhou para outra parte do corpo)
Controle e tratamento do câncer
Seu tratamento depende do tipo, localização e tamanho do câncer, se ele se espalhou ou não e da sua saúde geral. Os tipos comuns de tratamentos são: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia de reposição hormonal, imunoterapia e terapia gênica.
Se o câncer não tiver metástases (não se espalhou), a cirurgia pode remover todo o câncer, o que pode curar a doença completamente. Normalmente, a cirurgia é eficaz na remoção da próstata, mama ou testículo.
O tratamento com radiação, ou radioterapia, usa raios de alta energia para reduzir o tamanho do tumor ou destruir células do câncer como tratamento independente e, em alguns casos, combinado com outros tratamentos oncológicos.
A quimioterapia usa substâncias químicas para interferir na forma como as células se dividem, danificando o DNA, de forma que as próprias células cancerosas se destruam. Esses tratamentos têm como alvo qualquer célula que se divide rapidamente, não necessariamente apenas as células de câncer; mas células normais podem se recuperar dos danos induzidos por qualquer substância química, enquanto as células de câncer não. Geralmente, a quimioterapia é usada para tratar o câncer que se espalhou, ou com metástase, pois os remédios percorrem todo o corpo. É um tratamento necessário em algumas formas de leucemia e linfoma.
A imunoterapia usa o próprio sistema imunológico do corpo para combater o tumor canceroso. A imunoterapia pode tratar o corpo inteiro ao introduzir um agente que diminui tumores.
Terapia de reposição hormonal
Diversos cânceres foram relacionados a alguns tipos de hormônios, entre eles o câncer de mama e de próstata. A terapia de reposição hormonal atua na mudança da produção de hormônios no corpo para que células cancerosas parem de crescer ou sejam destruídas completamente.
O objetivo da terapia gênica é substituir genes danificados por genes que tratem a causa raiz do câncer: danos no DNA. Outras terapias que usam genes têm foco em danificar ainda mais o DNA de células de câncer até o ponto em que as próprias células se destruam. Entretanto, a terapia gênica é nova e ainda não resultou em tratamentos bem-sucedidos.
A sobrevivência foca na saúde e nas questões físicas, psicológicas, sociais e econômicas que afetam pessoas depois do fim do tratamento primário contra o câncer, inclusive pessoas que não têm mais a doença depois de terminar o tratamento, pessoas que continuam a receber tratamento para reduzir o risco da volta do câncer e pessoas com a doença controlada satisfatoriamente e com poucos sintomas, que recebem tratamento para controlar o câncer como doença crônica. O cuidado de sobrevivência inclui questões relacionadas a cuidados de acompanhamento, controle de efeitos colaterais depois do tratamento, aprimoramento da qualidade de vida e da saúde psicológica e emocional. O cuidado de sobrevivência também inclui futuro tratamento contra o câncer, se for o caso. Membros da família, amigos e cuidadores também são considerados parte da experiência de sobrevivência.
O cuidado paliativo ocorre durante a jornada do paciente desde o diagnóstico à cura ou fim da vida, e foi elaborado para aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Pode ser usado para responder a sintomas incômodos, como dor ou enjoos, e para reduzir ou controlar os efeitos colaterais dos tratamentos contra o câncer. No câncer avançado, o tratamento paliativo poderá ajudar o paciente a viver mais tempo e mais confortavelmente, mesmo se não for curado.
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